2 meses de quarentena: como o Coronavírus mudou meu trabalho e minha vida pessoal (Relato de um Psicólogo)

Por Psicólogo Luiz Cezar

Hoje é 15 de maio de 2020, e nas últimas semanas, escrevi artigos e conversei com pacientes sobre como cuidar da nossa saúde mental durante esse período de pandemia. Compartilhei dicas e estratégias para ter melhores noites de sono, para aliviar a ansiedade, para aprender meditar e para enfrentar a quarentena. Tudo isso é o mínimo que posso fazer para ajudar você leitor e os meus pacientes. Sei que estamos fazendo o possível para nos ajustar a um “novo normal”, um estilo de vida que o COVID-19 nos impôs.

Honestamente, essas contribuições também são importantes para minha própria saúde mental e sensação de bem-estar. Não é porque sou um Terapeuta que estou imune ao impacto negativo da diminuição do controle e da estabilidade que tenho em minha vida. Então, eu quero aproveitar esta semana que estou fazendo 2 meses de quarentena para escrever sobre como eu, Psicólogo em Brasília, tenho lidado com as mudanças na minha vida pessoal e profissional devido ao coronavírus. 

Acima de tudo, minha esperança é que, ao compartilhar mais de minhas experiências pessoais, você possa se sentir menos sozinho e possamos continuar fortes para vencer essa etapa das nossas vidas. 

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Idílio | Tarsila do Amaral

O que aconteceu com os meus atendimentos por causa do Coronavírus

Mesmo antes dos governos estaduais e federal imporem diretrizes para a quarentena e distanciamento social, eu decidi junto com os meus pacientes que era a hora de encerrar os atendimentos presenciais e disponibilizei a opção da terapia através de plataformas online. Como tenho estrutura para fazer isso da minha casa, fiquei mais do que feliz em realizar sessões online de psicoterapia. Alguns pacientes em um primeiro momento não se adaptaram, mas a maioria adorou a possibilidade de fazer Terapia em casa. Depois desta decisão, as coisas mudaram rapidamente e meus atendimentos se tornaram uma prática de psicoterapia online em tempo integral. Estou fazendo isso há dois meses. 

Esse ajuste tem sido bem tranquilo. Afinal, como minha prioridade é continuar apoiando meus pacientes em suas dificuldades, a mudança de modalidade (de presencial para virtual) é a coisa menos preocupante. Dado o pouco contato que tenho hoje com outras pessoas, é um prazer ver os rostos familiares dos meus pacientes. 

Além disso, estou animado com a resiliência dos meus clientes. Eles estão lutando bravamente contra essa incrível mudança de vida. Sempre valorizei e priorizei o cultivo de uma parceria mútua com meus pacientes, mas sinto que nesses tempos de pandemia estamos verdadeiramente juntos, enfrentando essa crise.

Mais do que qualquer outra coisa, meu objetivo está sendo permanecer como um suporte estável e ser uma parte relevante das vidas daqueles que buscaram apoio na minha prática, principalmente nesse momento tão imprevisível.

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Morro da Favela | Tarsila do Amaral

Um dia de quarentena na minha vida 

Em primeiro lugar, estamos de quarentena, e quem tem o privilégio de trabalhar em casa pode acordar um pouco mais tarde e compensar isso durante o dia. Então acordo às 8h e tento manter uma rotina matinal de organização das questões domésticas para logo em seguida partir para os atendimentos e a criação dos textos do Blog do psicologia.bsb.br.

Em seguida, na parte da tarde e início da noite faço os atendimentos online conforme uma agenda previamente estabelecida. Acho que isso é essencial para manter meu melhor trabalho, reduzir o desgaste em potencial e ser mais produtivo. São dias de trabalho normais como se não houvesse pandemia.

Nos dias e horários em que não estou trabalhando, o foco é todo para a minha família e para tentar ocupar minha mente com bons conteúdos. Foi nesses momentos que comecei listar mentalmente alguns pensamentos e reflexões:

Algumas coisas que notei ficando em quarentena:

  1. É libertador não pegar trânsito todos os dias (ÓBVIO).  
  2. Consegui me reconectar com coisas que eu sou apaixonado. A música e a arte voltaram a fazer parte dos meus dias. 
  3. Quando ando na vizinhança, vejo as pessoas com máscaras e preocupadas em não serem responsáveis por uma piora das condições atuais. Não posso deixar de pensar que certas pessoas estão ficando mais conectadas com o mundo ao seu redor. 
  4. Há um senso de coletividade do qual me sinto parte, porque estamos todos juntos nisso. Tenho orgulho dos trabalhadores da saúde, dos trabalhadores que são considerados essenciais e que enfrentam de tudo para ajudar o nosso país. 

Não vou mentir. Também tive meus momentos tristes e negativos, todos nós teremos dificuldades nesse momento. Porém temos também que cultivar a gratidão. Então, vou terminar com três coisas pelas quais sou grato:

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Operários | Tarsila do Amaral

Sou grato

  • A você, leitor, por estar aqui comigo.
  • Sou muito grato a quem está trabalhando dia e noite para encontrar soluções para esses problemas que estamos enfrentando.
  • Também sou grato por minha capacidade de estar presente para os outros (familiares, amigos e pacientes). 

Eu estou aqui por você

Você que chegou até aqui, saiba que existem pessoas disponíveis e que podem te apoiar nesse período desafiador. Problemas como esses que enfrentamos hoje, justificam que você procure ajuda para sua saúde mental e emocional. 

Se precisar de ajuda para gerenciar sua ansiedade, lidar com o estresse e a depressão, ou solucionar problemas no seu relacionamento, entre em contato comigo. Gostaria muito de ajudá-lo. 

Forte abraço,

Psicólogo Luiz Cezar

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